No encontro do dia 10 de novembro, iremos discutir o artigo de Orlando Lira de Carvalho , doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora e em Política Comparada pela Otto-Friedrich Universität Bamberg, Alemanha. Pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política da Universidade Federal de Juiz de Fora, tem experiência em Direito Público, sociologia e comunicação política. Em seu artigo o autor discute a " emergência da TV como meio privilegiado de comunicação social, nos anos de 1960, coincidiu
com o aumento dos índices de criminalidade no Ocidente. O foco dos programas de TV nas notícias
de interesse nacional, o realce dado ao tema do crime associado à simpatia demonstrada às vítimas
que sofrem nas mãos de criminosos, que não raras vezes são absolvidos por um sistema penal visto
como ineficiente e corrupto, transformaram por completo o modo como a classe-média percebe o
problema da criminalidade no país. A TV não só mudou as regras do discurso político, mas também
reduziu o senso de distanciamento que separava a classe-média do crime. Por outro lado, é certo
que, sem a experiência coletiva e rotineira do crime, é improvável que o noticiário e os programas
de entretenimento em torno do desvio e da infração penal atraíssem tanta audiência. Entretanto, a
hipótese que levantamos neste trabalho é que a mídia, especialmente a eletrônica, tem um papel
relevante na formação do complexo de crime na modernidade tardia, ao explorar, dramatizar e
reforçar uma nova experiência pública de profunda ressonância psicológica. Ao fazê-lo, a mídia,
juntamente com a cultura popular e o meio-ambiente construído ajudaram a institucionalizar tal
experiência ao fornecer ocasiões cotidianas de expressão das emoções de medo, fúria,
ressentimento, vingança e fascínio que as experiências individuais de crime provocam. Tal
“institucionalização” operada pela mídia aumentou de modo dramático a visibilidade do crime no
dia-a-dia das pessoas, ao mesmo tempo em que direcionou a atenção do público, não para o
problema da criminalidade em si mesma, menos ainda para seus índices oficiais, mas para suas
“representações na mídia”, que se tornaram a fonte privilegiada de informação, conhecimento e
opinião sobre o crime, com reflexos marcantes nas políticas de segurança adotadas no Brasil."
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