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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Encontro 25 / 08 :Mulher de Papel

Grupo Ilegalidades








O livro de Dulcília Helena Schroeder Buitoni - Mulher de papel -  faz um estudo sobre a representação da mulher pela imprensa feminina brasileira. 

A autora analisa a representação da mulher na imprensa feminina brasileira, mostrando as dimensões ideológicas e culturais e que influíram na formação da  da consciência da mulher brasileira. e que foram difundidas em mais de um século.  

Palavras chaves: Mulher, Mídia, Imprensa Brasileira.

FICHAMENTO DO LIVRO

Fichamento: BUILTONI, Dulcília Helena Schroeder. Conclusões. in: Mulher de papel: a representação da mulher na imprensa feminina brasileira. São Paulo: Edições Loyola, 1981. 4. 

1. Introdução 

1.1 Imprensa, substantivo feminino. 

  • A principio, apenas como uma série de textos a serem analisados. Reunir características bem fundamentados que priorizam entender como foi feita a representação da mulher ao longo dos anos.
  • Se a especificação de veículo de comunicação dirigido antes de tudo à mulher desenvolve-se em tantos países, não existe só o interesse da industria cultural. A relação impressa feminina/mulher implica questões m,ais abrangentes, como, por exemplo, o papel social da mulher ou sua participação política. E daí aplicando a ideologia.
  • A imprensa feminina é mais "ideologizada" que a impressa dedicada ao público geral. Sob a aparência de neutralidade, a impressa feminina veicula conteúdos muito forte.
  • A imprensa diária é ideológica, porém a ideologia está presente mais estruturalmente e em textos individualizados.
  • A imprensa feminina brasileira ( e ocidental)  não utiliza muito jornalismo informativo e sim interpretativo. No entanto, sua linha está mais para e diversional, o opinativo , saralismo de serviço. 
  • A periodicidade da imprensa feminina ( semana/quinzenal/mensal) que a faz distanciar-se do fato atual, e não o uso da categoria informativa lhe dá um caráter mais ideológico. 
  • Busca decretar ideologia; a representação da mulher na imprensa brasileira; os significados desse conceito- mulher- que também é razão de ser de todos esses veículos; em que medida a imprensa, como fator cultural, difundiu conteúdos que influíram na formação da consciência da mulher brasileira ( ideologia).
  • Véron :a presença do ideológico no discurso, consiste em propriedades imanentes dos textos e sim em um sistema de relações entre o texto e sua produção, circulação e consumo. O texto é, precisamente, o lugar onde tal sistema se constitui enquanto produção discursiva da significação. 
1.2 Mulher, também um mito.


  • ( O eterno Feminino) chavão que tenta idealizar, no tempo, as virtudes clássicas da mulher. Justamente ou está a falta que desvincula a mulher de sua época/contexto e a transforma em um ser à parte, independente de circunstâncias concretas. ( pág. 4)
  • A imprensa colabora com a separação das qualidades ideais / realidade não utilizando o jornalismo informativo e desfavorecendo a ligação mulher/ mundo e tenta-se criar um mundo feminino a parte (pág 5 – parágrafo 1)
  • Características gerais: assuntos ou editoriais predominantes e o desprezo pela atualidade. Ambas relacionadas com o tratamento das matérias. Os assuntos restritos dos temas tradicionais a imprensa feminina apresentam pouca ou nenhuma ligação com o momento atual (pág 5- parágrafo 2)
  • A distância com a atualidade e com o mundo real acentua o caráter ideológico (pág 5 – parágrafo 2)
  • A distância com a atualidade e com o mundo real acentua o caráter ideológico (pág 5 – parágrafo 3)
  • A distância com a atualidade e com o mundo real acentua o caráter ideológico (pág 5- parágrafo 4)
  • Mito contemporâneo: espécie de “representação coletiva” nos moldes da sociologia de Durkheim (pág 6 – parágrafo 1)
  • O mito é um reflexo social que inverte, pois transpõe a cultura em natureza, o social em cultural, o ideológico , o histórico em natural ( pág 6 – parágrafo 2)
  • A imprensa feminina é duplamente mítica. Primeiro, porque apresenta diversos conteúdos, senão todos, de forma mítica
  • Segundo, porque o conteúdo que identifica mais de perto com seu público – representação subjacente do feminino – aparece sempre como mito. (pág 6- parágrafo 4)
  • Objetivo de desmontar a inversão mítica e mostrar o significado que está por trás (o social é imprescindível ao mito) (pág 7 – parágrafo 1)
  • Inversão mítica segundo Barthes (pág 7 – parágrafo 2)
  • Mais do que mitos, socioletos ( pág 7 – parágrafos 4 e 5)
  • O mito deve ser tomado numa teoria geral da linguagem e esta teoria , apoiada sobre a etnologia, a psicanálise a semiologia e a análise ideológica, devia alargar seu objeto até a frase, ou melhor, até as frases (pág 8 – parágrafo

2. Origens da Representação : Século. XIX


  • Ampliação dos papéis femininos tradicionais, circunscritos até então ao lar ou ao convento, e a evolução do capitalismo faz, provavelmente, o jornalismo feminino já nascer complementar, revestido de um caráter secundário (pág 9 – parágrafo 1)
  • Passagem Eveline Sullerot sobre imprensa feminina (pág 9 – parágrafo 2)
  • A imprensa feminina corre atrás do novo, mas não o da notícia, sim o que lhe confere ideologia
  • Primeiro periódico feminino: “lady’s Mercury” (Grã Bretanha, 1693); presença de consultório sentimental, que se torna uma das marcas registradas da imprensa feminina. Os precursores da imprensa feminina francesa foram os almanaques que continham conselhos de economia doméstica e de medicina caseira, fato que aconteceu também em outros países (pág 10 – parágrafo

2.1 Duas representações



  • EUA: Ladies Magazine (1828): lutava por uma vida melhor para as companheiras de sexo pela educação (pág 10 – parágrafo 3)
  • No Brasil, a imprensa feminina começa no séc XIX: mudanças na estrutura da sociedade. A existência da corte passou a influir na vida da mulher do RJ, exigindo-lhe mais participação. A moda assume importânci8a para a mulher que morava nas cidades. As tendências europeias eram copiadas e dai entra o fator imprensa. A necessidade estava criada. Jornalismo femininino significava basicamente moda e literatura (pág 11 – parágrafo 3)
  • Em 1840 a imprensa começa a se estabilizar
  • Artigo “ O Eterno Feminino” (pág 16/17): esfera de ação profissional deve ser ampliada, mas não muito. A mulher não deve se intrometer em lutas políticas
  • Seguindo a tendência mundial, nossa imprensa começou muito mais opinativa do que informativa. Havia um fluxo precário de informações e predominavam os artigos assinados, as críticas políticas, as charges (pág 27 – segundo parágrafo)

3. Formas de Representação

3.1 A mulher Oásis



  • Contexto: década de 1900
  • Esta década assiste ao crescimento e à popularidade das revistas ilustradas. A imprensa brasileira dos grandes centros já havia ingressado na era capitalista e os jornais já eram considerados empresas industriais e comerciais (pág 33 – parágrafo 1)
  • O novo século marca o início da utilização da fotografia na imprensa brasileira. A imagem tomava mais e mais espaço ao texto, e já não dependia somente da litografia e da xilogravura (pág 33 – parágrafo 4)
  • Crescimento das revistas ilustradas
  • Os literatos passavam a concentrar-se nas revistas ilustradas, deixando um pouco os jornais que vão acentuar o caráter “jornalístico” propriamente dito. Assim, as revistas ilustradas quase sempre são também literárias: as vezes mundanas e algumas críticas (pág 34 – parágrafo 3)
  • A arte da caricatura representava um caminho próprio, bastante original, para as revistas ilustradas. Podemos dizer que traduzia caracteres brasileiros em desenhos quase sempre criativos. E representava uma alternativa nacional em termos de modelo de imprensa. A caricatura consubstanciava a visão crítica que validava uma publicação. Pois, se não fosse a caricatura, muitas delas seriam apenas mundanas, espelho da burguesia da época. (pág 35 – parágrafo 1)
  • As revistas ilustradas apareceram na época em que a imprensa e literatura se confundiam. Depois, buscando uma feição particular, elas foram se afastando da literatura para se tornarem revistas mundanas, de variedades ou femininas. (pág 35, parágrafo 1)
  • O jornal “voz feminina”, fundado em 1900 por 3 moças de família tradicional de diamantina, lança em 1901 a campanha pelo voto da mulher. Em 1905, 3 mulheres mineiras alistam-se e votam (pág 35 , parágrafo 2)
  • Continuam a surgir pequenos jornais femininos, todos de curta existência. Não há ainda veículos femininos de maior porte e duração. Sobrevivem apenas as formas do século passado, ligados a uma imprensa artesanal, muitas vezes criadas por uma ou duas pessoas (pág 36, parágrafo 3)
  • Contudo, haviam perspectivas mais sérias em relação à mulher , só que na imprensa em geral, não na especificamente feminina. Rio e São Paulo já estavam se tornando grandes centros manufatureiros e o número de operários crescia ano a ano. As más condições de trabalho e o fato das mulheres receberem menos que os homens gerava um clima reivindicatório. O movimento trabalhista brasileiro nascia.
  • Texto/ análise
  • Texto: A mulher/ jornal “o ramilhete”/ 1901/ assinado por Saphira
  • Com metáforas, coloca a mulher no que há de melhor na natureza, na pintura, na música e em certas virtudes. Compara-se a mulher a elementos positivos e às vezes essenciais à ideia express. A mulher traz mais encanto à natureza e, no caso do oásis, é o consolo na aridez (pág 37- parágrafo 3)
  • Depois, a metáfora da pintura e da música envolve qualidades desejáveis, mas não necessárias; as próximas comparações ligam-se a qualidades morais, em que se acentuam virtudes passivas, dentro de um eixo de aceitação e sofrimento (pág 37 – parágrafo 4)
  • Não se fala em ser humano; linha de passividade. Não se trata de mulher, pessoa de carne e osso, e sim de uma metáfora idela do gênero humano (pág 38, parágrafo 2)

3.2 A mãe sofredora

  • O inicio da década seria marcada década seria marcada pela campanha civilista, em que Rui Barbosa defrontava-se com Hermes da Fonseca pela presidência. A impressa dividida entre dois candidatos.
  • Surge em São Paulo, um veículo dirigido especialmente às mulheres: é a "Revista Feminina", Fundada por Virgílína de Souza Salles. A revista mensal alcançou a tiragem de 30.000 exemplares, que foi mantida  durante anos, com distribuição para todo o Brasil.
  • Apresentava as seções tradicionalmente femininas  e incluía uma filosofia editorial que defendia os direitos da mulher, como por exemplo o voto feminino. (pág 39 - parágrafo 5)
  • contexto da guerra e mulheres como irredutíveis pacifistas (pág 43 - parágrafo 2)
  • 3.2.2 - texto/ análise:
  • crônicas sobre fatos da atualidade
  • primeira guerra chega ao fim
  • testemunhar o fim de uma guerra em uma loja de vestuários é sinal de alienação, distanciamento
  • sua ligação maior com os fatos se realiza através da emoção/ ìndices, segundo a terminologia de Roland Barthes, que remetem a uma atmosfera de emoção, sentimento.
  • crônica revela um ponto e vista tipicamente feminino, na medida em que o fim da guerra não significa apenas alegria, mas está associado ao sofrimento penalizado, individualizado.

3.3 A sacrcerdotisa da beleza

  • Com o modernismo a imprensa brasileira foi se modificando,um momento de grande efervescência.
  • A impressa ia se distanciando do opinativo e a reportagem começava a se firmar.Assim,as fotos deixavam,algumas vezes,de ter um caráter meramente ilustrativo para envolverem algum componente de informação.
  • Já se via o lançamento de uma revista como uma estratégia comercial.
  • Surge em São Paulo,uma revista chamada "Renascença",feminina e de tonalidades anarquistas.
  • Maria Lacerda de Moura,diretora da revista é uma mulher de grande personalidade,uma verdadeira pensadora do ser feminino.Já pensava em termos de emancipação da mulher.Suas primeiras obras discutiam a condição feminina.
  • Espaço editorial nos jornais diários desta época ainda eram pequenos.
  • "A Cigarra" possuia uma seção de colaboração das leitoras, era uma espécie de "cotillon" , de comunicação adolescente, girando em torno de namoros e footings.
  • 1927: Surge a revista "paulistana", bastante modernista. Nesta edição, um artigo sobre mulher e política (ambição das mulheres), da Condessa de Noailles, prevenindo sobre o feminismo  exaltado, apelando para que as mulheres desenvolvam suas virtudes naturais de  mulher

Por: Brenda Castro

3.4 Iracema de lábios grossos

  • Década de 30
  • 1934: direito do voto
  • 1937: interrupção, escola nova.
  • DIP: departamento de Impressa e Propaganda, caricatura começa a declinar.
  • 1930: "O cruzeiro"- artigo " As tentações do Fardão" , em que se pronunciava contra a entrada de mulheres na Academia de Letras porque não havia condições de dois sexos trabalharem juntos nesse campo.
  • Texto Carnaval e esteriótipos de mulheres 
  • "Carioca " e " Vamos ler" , cumpriam a função de evasão de que o governo necessitava e serviam de propaganda a seus feitos.
  • "Romance Mensal": contos e romances em SP; literatura de consumo. (página 67, parágrafo 3).
  • texto/ Análise:
  • Texto: quadros de todo dia; assinado por Bluette; Revista "A Cigarra" - 1932.
  • pretensões de crônica.
  • Mulher como personagem de reportagem.
  • Reportagem sobre uma pessoa da atualidade, trazendo foto e mini - entrevista.
  • Enfoque jornalístico no texto (apesar das comparações literárias).
  • Nessa tensão literatura/jornalismo está a dialética da imprensa feminina brasileira nesse tempo: o jornalismo feminino ainda não encontrara formas mais "jornalísticas" de tratar a realidade e se limitara aos assuntos tradicionais: moda, beleza, crianças, etc.
  • Aqui há a presença do "real"no texto. Ainda se trata de uma visão, até certo ponto, paternalista de ver a "curiosidade" como causa de um fato se tornar noticiável.
  • comparação: Iracema branca e ideal X Iracema negra e concreta
  • Na fala de Iracema, o tom é mais próximo da realidade.
  • Quebra de padrões: orfã criada por família nobre vira reportagem.
  • Dados sociológicos e históricos aparecem de quando em quando no texto.

3.5 A mulher celulóide 

  • Contexto : Década de 40
  • Jornalismo norte americano se expande
  • O cruzeiro, que possuía uma razoável dose de racionalização, também não esperava à avalanche americana
  • Série " queriam ser " : o padrão é a artista estrangeira
  • A "  revista da semana está em decadência"
  • O suplemento feminino de "A Cigarra" dessa apresentava uma cerca brasilidade principalmente quanto à forma gráfica. Em termos de ilustração, um dos mais altos índices de racionalização já alcançados pela impressa feminina brasileira. 
  • Em Abril de 1948, a parte dedicada ás mulheres, em "A cigarra", chamava se Suplemento Feminino.No ano seguinte o suplemento aumenta e passa a se chamar "A cigarra Feminina", com uma capa que o introduzia no interior da revista. 
  • A guerra terminava a um tempo e o consumo crescente de bens não duráveis exigia mais espaço para anúncio e consequentemente mais espaço para a mulher, consumidora em potencial. 
  • A revista "Carioca" pode ser considerada como um veículo que devia atingir um público composto por uma maioria de mulheres: quase todos os seus anúncios são dirigidos às mulheres. A "Carioca" pode ser considerada  uma percursora das atuais revistas  de fofoca de televisão.
  • Na segunda metade da década aparece um produto diverso, a fotonovela. No Brasil, a pioneira foi "Grande Hotel", lançada em 1947, que publicava histórias de amor em quadrinhos desenhados.
  • Grande Hotel nasceu como um veículo especificamente feminino.
  • "Confidências" inaugurou o gênero confessionário, explorava os sentimentos, servindo de catarse às suas leitoras.
  • Página 77: passagem de "Confidências".
  • Página 78: Grande Hotel e exploração do romantismo.
  • Análise/Texto:
  • Texto: "que mulher é você?"; Grande Hotel - 1947
  • O teste se torna um gênero quase obrigatório  nas revistas femininas
  • Página 82, parágrafo 2: testes e rótulos.
  • Página 82, último parágrafo: padrão branco feminino.
  • página 83, primeiro parágrafo: idealização da beleza; padrão europeu americano.
  • página 83, segundo parágrafo: temperamento e aparência física; o corpo condiciona a personalidade.
  • As duas descrições de mulher que fogem do estereótipo, a "inteligente" e a "camarada", são colocadas com certas restrições
  • Não há profissão apontada para a mulher fora do lar; não há mensão de amigos.
  • Fim da guerra: a necessidade de mão de obra feminina diminui
  • característica do foco narrativo: "você", tom coloquial; trata a leitora como uma amiga.

3.6 A garota moderna


3.7 A dona de casa insatisfeita

3.8 Mulher marginal
  • Revista como produto industrial
  • Produto mais veiculado foi o sexo 
  • Liberdade sexual feminina: homem  ainda relatado como um ser ativo
  • Companheiro, não necessariamente marido
  • Mulher branca de classe média
  • Repressão política 
  • Surgimento da revista nova: ideologia voltada para mulher consumista 
  • Não chega a libertação do consumo
  • Ações sempre voltadas para homem
  • Jornais voltados ao masculino
  • Jornais e Revistas que respectivamente à outras classes, ainda restringe a mulher ao espaço doméstico
  • "nós" -> angulação diferente da impressa feminina.

4. Conclusões : O Novo Entre o Papel e a Pessoa

4.1 De vós a você, em 90 anos imperativos.

  •  A linguística faz parte da estratégia da imprensa feminina. 
  •  Ao longo da história pode-se perceber a mudança de tratamento ao se dirigir as leitoras. Na França do século XVIII usava o pronome de tratamento vós, uma vez que as leitoras eram as aristocratas; no século XIX percebe-se o uso do senhora, a mulher; já no século XX têm-se o você, a amiga. No Brasil, a imprensa feminina começa no século XIX fazendo uso do senhora, e no século XX o impessoal você. 
  • Essas formas de tratamento são armadilhas linguísticas que servem para naturalizar os padrões destinados as mulheres.
  • O uso do imperativo também é muito recorrente e tem sua função. "À semelhança das receitas culinárias, que mandam misturar ovos e farinhas, sempre no imperativo, as matérias de moda, beleza, decoração, etc. não passam de receituário que usam o mesmo verbo, dando as diretrizes para ser bonita, bem vestida e morar bem. Tudo vira receita de como se deve fazer para ser o modelo de mulher apresentado. " (p.127) 
Por:Letícia Silva

4.2 O novo 

  • Há um novo verdadeiro (vanguarda, reflexões, mudanças) e um novo secundário (moda, mudança das tendências das estações, datas comemorativas). 
  •  O novo da imprensa feminina é o novo secundário. "O novo da imprensa feminina trabalha num nível secundário, na aparência. Não é vanguarda, não inova; sua aspiração máxima é ser a novidade que venda."(p.130) * É um novo diário, de mutação efervescente. 
  •  É sempre cobrado da mulher um mito da juventude, de estar sempre nova, ou seja, de estar sempre consumindo a novidade. É uma perseguição para a o consumo do novo. 
  •  A modernidade, utilizando do signo do novo, confere à mulher a ilusão de estar agindo no mundo, repete a coisificação feminina. 
  •  O feminismo é tratado como uma nova moda, uma nova onda; pela imprensa feminina. 
  •  O valor não é o que você é, mas o que você tem, aquilo que a novidade vende. 
                                                                                             Por:Letícia Silva

4.3 O papel do papel 

  • "A modernidade só poderia lidar com estereótipos que, no fundo, estão estreitamente ligados a papéis." (p. 135)
  • "A mulher só é comparada a qualidades ou defeitos dentro dos paradigmas abrangidos pelos seus papéis básicos." (p.136)
  • "Dos textos escolhidos para a análise, quase todos poderiam ser resumidos, em seu significado profundo, à frase: A mulher é: 1900- a mulher é o oásis do deserto 1910- a mulher é a mãe que sofreu na guerra 1920- a nova mulher é sacerdotisa da beleza. 1940- a mulher é um dos tipo psicológicos personificados por artistas de cinema. 1950- a mulher é esperta o bastante para não ofuscar e cansar o namorado 1960- a mulher é a dona-de-casa que começa a descobrir sua insatisfação 1970- a mulher é a garota livre que passa um dia de chuva com o amado." (p.136)
  • A atualidade é diferente da novidade, a qual é usada na imprensa feminina. A atualidade é aquela que trabalha com o fato político e social, que traz as mudanças, como o jornalismo; mas, a imprensa feminina não se preocupa com o político e o social, mas com os valores que se encarrega de passar para construção dos papéis.
  •  Sendo assim, não usando da atualidade e sim da novidade, a imprensa feminina é muito mais opinativa à informativa, muito mais literária à jornalística. 
  • Mas porque diz não à atualidade? "A imprensa feminina não apresenta muita atualidade justamente porque não se interessa pela mulher individual e histórica, mulher que tem nação, cor de pele, classe, enfim, elementos concretos e mais situadores." (p.138) 
  • Funções da imprensa feminina: =opinativa- sustendo o sistema; =diversão e distração- sempre presentes; =função sentimental- conhecer os ídolos e ser amiga; =econômica- consumismo =ideológica- papel tradicional/moderninho, a construção de papéis. 
  • Imprensa feminina fala de uma mulher padronizada e universalizada, não respeitando a realidade de uma sociedade de classes. Fala-se uma unidade, não uma pluralidade; portanto, excluindo a diversidade. Essa mulher ideal não converge com a realidade da diversidade brasileira, não há lugar para as negras e orientais, por exemplo. 
  •  A imprensa feminina é produtora de um sentindo, de uma ideologia. 
                                                                                           Por:Letícia Silva

Grupo Ilegalidades / Author

Este é um blog de compartilhamento de pesquisas referentes ao tema das ilegalidades, crime, violência e segurança pública do Curso de Ciências Sociais da PUC Minas.

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